O filho pródigo é o típico modelo da independência e do desperdício. A idéia principal por trás da palavra pródigo é a falta de moderação, excesso e dissipação. Afastou se da casa do pai para agir a seu próprio modo. Pensou que poderia sobreviver sem a provisão e os cuidados do pai. A auto-suficiência instalada em seu interior promoveu uma busca desenfreada por prazeres e desejos que não são capazes de satisfazer plenamente a fome e o anseio da alma. John Macarthur interpreta que este jovem é uma ilustração clássica de uma pessoa não disciplinada, que desperdiça a melhor parte de sua vida satisfazendo prazeres extravagantes e se torna escravo de sua luxúria e seu pecado. Ele é uma prova viva do pecado e como ele inevitavelmente degrada o pecador.

A rebelião proposta por satanás e aceita pela humanidade na pessoa de Adão, nada mais é do que a ambição do homem de ser independente, dono do seu próprio nariz, e isto trouxe um vazio enorme na humanidade e ao mesmo tempo, o fez cheio de ilusões e fome por algo que o mundo não pode suprir. E desejava encher o seu estômago com bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. Lucas 15:16. E só em Jesus Cristo, o pão da vida, que podemos encontrar a verdadeira satisfação para o nosso ser como um todo. Houve uma miragem no coração desse jovem. Ele foi atraído por coisas e lugares para buscar algo diferente e, por conta do seu egocentrismo, veio o seu desespero e a sua falência. Há quem julgue reto o próprio proceder; no final, porém, o conduz à morte. Provérbios 14:12. E o texto sagrado deixa claro as conseqüências da escolha errada: Nos seus caminhos há destruição e miséria. Romanos 3:16.

A história do povo hebreu é marcada por períodos de fome, e o motivo era desobediência à palavra de Deus. Não havia pão em toda a terra, porque a fome era mui severa; de maneira que desfalecia o povo do Egito e o povo de Canaã por causa da fome. Gênesis 47:13. Vamos verificar na passagem seguinte a falta de entendimento daquele povo e a sua situação de miséria. Portanto, o meu povo já está no cativeiro, por falta de entendimento; e seus nobres morrem de fome, e sua multidão, de sede. Isaías 5:13. Dizem que atualmente, em nosso planeta, uma em cada sete pessoas passa fome. O pior de tudo é que há alimento suficiente para todos. Porém, a má distribuição somada ao egoísmo humano, não permitem esse suprimento aos famintos. E não é só o alimento material que no mundo está escasso, mas também o Espiritual, e há uma denúncia do profeta para chamar a nossa atenção: Ouvi a palavra do Senhor, vós filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. Oséias 4:1.

O item principal a ser destacado da mensagem do profeta, e que ocasiona o desfalecimento de todos e inclusive da terra, e dos animais, das aves e dos peixes do mar se resume na falta de conhecimento de Deus e rejeição à sua Palavra. A busca pela satisfação através do pecado era escancaradamente visível, não havia temor de Deus e nem entendimento espiritual nas pessoas daquela época e o vazio aumentava cada vez mais dentro deles. O filho pródigo impetuoso, convencido, gastador, sensual, independente e muito arrogante não deu conta de que a sua infelicidade era causada por ele mesmo e não pelo pai. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai tem abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Lucas 15:17.

A idéia contida em ‘tornando em si’ do texto citado nos dá entender que a vida pecaminosa é uma forma de insanidade, uma loucura desenvolvida internamente em busca dos desejos malignos. Ao tornar em si mesmo, reconheceu a generosidade do pai para com os funcionários, e viu os seus próprios erros, e ficou perceptível que seus próprios males haviam lhe jogado para miseráveis circunstâncias. A rebelião trás pobreza tanto física quanto espiritual associada ao desespero e tristeza, para com aqueles que se encontram na porta larga do pecado, cheios de si mesmos. Na citação de John Macarthur o pecado nunca dá o que promete, e os prazeres da vida que os pecadores pensam que estão buscando sempre acabam por se tornar exatamente o contrário:uma dura estrada que inevitavelmente leva à ruína e ao ponto final definitivo. O apóstolo Paulo foi convencido da sua miserabilidade, mas deu graças pelo amor eterno que salva em Jesus Cristo. Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Romanos 7:24.

A palavra miserável significa aflito ou coitado, aquele que está à beira de um abismo de tormento, é isso que o pecado proporciona aos seus clientes. O desespero de Paulo lhe foi benéfico, porque ele pode suplicar por socorro e experimentar a preciosa graça que liberta e vivifica. Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor! Romanos 7:25. Enquanto não ganharmos por graça a compreensão do evangelho das insondáveis riquezas de Cristo. Efésios 3:8, não perceberemos que a mendicância alojada no ser humano, que o faz falido espiritualmente, tem como causa única o fato de não crê na suficiência de Jesus Cristo e na sua obra expiatória na cruz do calvário.

Somente um Deus rico em graça e misericórdia é capaz de saciar substancialmente a raquíticos e esfomeados como eu, que fuçava nas bolotas da religião e no lixo do mundo sem nada encontrar. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. João 6:33. Ao desobedecer à ordem do Senhor Deus, comendo do fruto do bem e do mal, nossos pais primitivos morreram espiritualmente e outorgaram a todos nós essa herança de morte. O distanciamento da raça humana com relação a Deus se deu por conta do pecado, porem o amor do Deus Trino é eterno e suficiente para nos salvar plenamente desse estado de morte espiritual. Por isso, também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Hebreus 7:25.

Só podemos ganhar vida e vida em abundancia se verdadeiramente nos alimentarmos do Pão da Vida que é Jesus. Declarou-lhes, pois Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. Este é o pão que desceu do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. João 6:35,50 e 51. A fome e a sede são símbolos adequados para os anseios espirituais. Aqui na terra Jesus se apresenta como o Pão vivo que desceu do céu e, quem se alimenta Dele por Ele viverá. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. João 6:57.

O Senhor Jesus Cristo desceu até nós e foi levantado numa cruz para nos levar de volta para Deus por isso, agora é possível o nosso retorno para casa do Pai. A relação de Jesus com o Pai no céu veio ser compartilhada com pecadores indignos, se fazendo o nosso caminho. E a obra de Jesus na cruz em nos incluindo no seu corpo é para fazer morrer a natureza de filhos espirituais do Diabo, que nos levava a pecar e vivermos distantes de Deus. Na ressurreição de Cristo ganhamos a própria vida de Cristo para sermos feitos filhos, e buscar a presença do Pai Celestial.

E agora com a nova vida, que tipo de alimento é suficiente para saciar os filhos de Deus? Eis que vem dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Amós 8:11. Na ação do Espírito Santo em nós, revelando a pessoa de Cristo, podemos ganhar a firmeza de Daniel, para não nos contaminar com as iguarias ou pratos que se apresentam como apetitosos, mas que em vez de nos sustentar, nos enfraquece e adoece. E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar. Daniel 1:8. Graças a Deus que Jesus Cristo é o pão vivo capaz de saciar a nossa fome. Encheu de bens os famintos... Lucas 1:53a.

Pastor Dagoberto Simão Aquino (http://www.palavradacruz.com.br/)